Descrição
As mulheres, que representam quase metade da população rural brasileira, são as mais afetadas pelos processos migratórios
e, cada vez mais, assumem a responsabilidade pelo grupo familiar que integram. Sua presença na economia rural é
marcada por uma forte divisão sexual do trabalho, expressa numa concentração das mulheres em atividades voltadas ao
auto-consumo familiar e realizadas como mera extensão dos cuidados com os filhos e os demais membros das famílias: a
criação de aves e pequenos animais, a horticultura, a floricultura, a silvicultura e a lavoura. Essas atividades são realizadas
predominantemente sem remuneração e, portanto, não vinculadas à comercialização e geração de renda.
No setor agropecuário, no ano de 2003 elas representam 80,76% das ocupações não remuneradas. Maior número de
mulheres (91,3%) do que de homens (82,5%) no campo dedica-se à produção para o auto-consumo. Na lavoura, elas
exercem 77,3% do trabalho não remunerado e 72,8% do trabalho na mesma condição, na pecuária. Apenas 5,5% de
mulheres no campo realizam atividades remuneradas na agropecuária, em atividades de extração vegetal, pesca, aqüicultura
e silvicultura.
Aos homens, cabe geralmente uma participação mais diversificada na área rural e majoritariamente remunerada. Para além
disso, as famílias rurais se fazem representar pela figura do “chefe da família”, dificultando o acesso direto das mulheres
às políticas públicas que garantem o direito a ter direitos como à documentação civil e trabalhista, o direito à terra, aos
recursos naturais e produtivos...
Editor
Coordenação-Geral de Mulheres Rurais, Juventude e Povos e Comunidades Tradicionais, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário